Ora então, a minha estreia no blog! (tinha planos para uma coisita diferente, mas fica adiada para momento mais oportuno.)
Escrevo para informar os mais distraídos que me despedi na semana passada. Sim, é verdade! E podem-me chamar louco à vontade, que não serão os primeiros!
Confesso que o acto de apresentar a “cartita” foi um repente, mas a decisão de procurar outro rumo já vinha a ser amadurecida há mais de 6 meses...
Quem me conhece, sabe que nem sempre opto pela maneira convencional de fazer as coisas. É defeito E é feitio. “Obstinado” poderia ser a maneira mais simpática de colocar as coisas.
Tendo uma namorada incrível, uma família fantástica (literalmente, hehehe) e amigos extraordinários, não conseguia afastar um sentimento de vazio tremendo e (aparentemente) inexplicável. Lá percebi que era porque tinha vergonha do meu emprego...
Quer dizer, eu gostava do que fazia, das pessoas, de ALGUMAS das vantagens de trabalhar numa empresa familiar. Por outro lado, estava numa organização muitíssimo desorganizada, centralizada numa só pessoa (o meu Boss), sem perspectivas de evolução interna, sem perspectivas de remuneração minimamente justa e sem estar a construir qualquer tipo de “reputação” que me ajudasse a colorir o CV para investidas profissionais futuras.
Estava acomodado, era isso! A uma função que não me obrigava a fazer a barba, nem a cumprir horários, nem a vestir fatos e que (com a ajuda dos papás, claro) até dava para pagar as contas. Ninguém me chateava e fazia o que queria. Sem grandes stresses e sem precisar de me esforçar muito. Correspondia com o que me era pedido, superava muitas vezes as expectativas em termos de qualidade de trabalho... and “that was that”... “lei do menor esforço”... e quanto menos se faz, menos se quer fazer...
GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR, mas será que é só isso que posso ambicionar??? Será que ainda não vou a tempo de sair da minha “zona de conforto” e tentar provar(-ME) que sou melhor que essa mediocridade???
“Ó Eduardo, não podias ter arranjado outra coisita antes???”. Podia. Mas pelo andar da carruagem, não me forçaria a tal. Daqui a uns bons anos, olhava para trás e nem percebia como me tinha habituado ao marasmo em que ando!
Por outras palavras.... OK, estou a correr riscos. Como diz a minha mãe: “a m%&$# está feita... agora é andar para a frente”. E era mesmo isso que eu queria: obrigar-me a andar para a frente.
Posso-me espetar à grande e acabar a tirar fotocópias na Staples. É assim a vida. Mas uma coisa sei.... tenho dormido muito melhor!
Claro que estou ansioso com o que se vai passar, mas está na altura de deixar de ser preguiçoso e começar a valorizar-me.... ou pelo menos tentar...
... e enfim, vou dando notícias... ver se daqui a uns meses consigo fazer um balanço positivo da minha decisão...
Beijos e abraços!
Eduardo
PS – Já não escrevia há imenso tempo. Estou enferrujado!
Tarte de amêndoa e alecrim
Alguêm me sabe dizer em que país nos aconteceu isto???