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27 Jun 2007

Um Pai... aos 14 meses de um filho...

Já cresceste tanto que deixaste os meus braços para trás.
Dantes, chamavas e eu ia levantar-te do berço, preocupado
com o teu choro. Deixava-te a dormir e dava-me todo a ti.
Tu, nos meus braços, deitado e tão pequeno, abraçavas-te
muito à minha preocupação. Dizias baixinho: vamos ouvir
música, quero dançar contigo até que os demónios da noite
estejam longe. E eu ia. Ia tanto como nunca, eu que nunca
dancei para ninguém. Ligava a música, colocava-a baixinho,
tão baixinho que só nós sentíamos o seu som e dançávamos.
Ao som da música eu era o Pai, ao som da música
tu eras o Filho. Dançávamos como dois anjos, sabes?,
mas isso não te digo porque é muito expressivo e fica mal
no Poema. Dançávamos heróis, é mais bonito. Eu era o teu
herói, aquele que te abraçava o corpo pequeno, muito nu e
encostado a mim. Tu eras o meu herói, as mãos jovens ainda
te seguravam com a força toda do mundo. Podem dizer que
dançarias com qualquer um que te levantasse do berço e te
sossegasse o sono. Mas não. Quem diz isso nunca foi teu Pai
e nunca te sentiu Filho. Nós éramos um só, um lugar-comum,
eu sei, mas éramos. Eu apenas contigo nos braços, minha
única roupa, meu único conforto, minha única protecção.
Tu embrulhado em mim pela tua pequena pela, inseguro
e tímido. E a noite, o longuíssima noite, eterna noite que
eu desejava nunca terminada. O céu no seu lugar devido,
a terra no seu lugar devido, e Nós, Nós os dois no lugar
que devemos para sempre um ao outro: um no outro,
um para o outro com duas peças de um jogo universal.

Agora, filho, agora cresceste e saíste dos meus braços. Terás
um dia alguém que te embale o sono como eu embalei, mas
nunca este amor que nasceu comigo e desabrochou contigo,
nunca este amor que só eu, teu Pai, posso oferecer ao longo da noite.

By Bargos...

PS: É também para uma MÃE sentida pela pouca participação
de um Pai neste nosso diário das "Conversas de Primos"...

5 comments:

Rafaela said...

Muito bonito... parabéns aos Papás!!!! :):):)
Beijinho...

Filipa said...

Pois assim também eu!!!

Seja como fôr, gostei muito das palavras... Obrigada, Meu Amor!

Bjs
Fi

Cristina said...

Bonito...


Bjos

Cristina

Tânia said...

Olha m'esta, não é que fiquei chorosa a ler isto?! ;)
Boa, pai Telmo!

Primogénita said...

No início pensei que a paternidade tinha de facto feito muito bem ao meu primo, pois estava um verdadeiro poeta...
No final percebi que o original poema não era teu, mas a inspiração de encontrar tais palavras só podia vir de uma alma de poeta apaixonado pelo seu rebento!

Um beijo...