Vamos brindar?

Um brinde à incerteza, à segurança e ao presente.

Um brinde às tréguas, ao sentir e aos afectos.

Um brinde ao inesperado, ao espontâneo e às coisas que acontecem naturalmente.

Um brinde aos instantes e aos momentos, àqueles que a memória guarda e o coração sente.

Um brinde ao futuro, ao medo que ficou para trás e aos pés que agora caminham.

Um brinde à descompressão, ao controlo que se descontrolou e à vida sem regras.

Um brinde ao equilíbrio, ao Eu, à Vida e ao simplesmente estar.

E a todo o Amor que sinto.

Um brinde à autonomia, ao respeito e aos ciclos que começam e acabam.

Um brinde aos brindes e às noites, àquelas que ficaram manhãs doces com cheiro a café.

E a todos os escapes que se escaparam.

Um brinde às lágrimas de felicidade, à terapia e a todas as idas ao fundo que nunca têm fim.

E às conversas que duram horas.

Um brinde à ansiedade que ficou calma. E ao pânico que já não tem ataques.

Um brinde ao riso, ao sorriso, ao silêncio e ao piscar de olhos.

Um brinde à falta de expectativas, ao não programar e ao re-programar.

Um brinde aos caminhos sinuosos que afunilaram numa estrada recta, às paisagens férteis que avisto e que querem ser semeadas.

Um brinde às portas que se fecham sem querermos e às janelas que se abrem sem esperarmos.

Um brinde a tudo o que flui, que passa, que dói e deixa de doer. E se aceita.

Um brinde à Fé.

Um brinde à voz que nos guia quando grita baixinho, mesmo quando é escuro o seu eco.

Um brinde à intuição que nos puxa e volta a puxar e que só descansa quando paramos de pensar. E descomplicamos. E sentimos. E mergulhaaaaamos.

Um brinde a vocês, sempre presentes e ternos na minha distância, naquela de quem nem sempre sabe mostrar afecto. Sempre no meu coração, a par e passo com esta dualidade complexa, de quem tem fobia de se sentir presa e uma necessidade permanente de se sentir amada por aqueles a quem chamo...Família.

Um brinde ao meu afilhado Gui.

P.